O tão sonhado imóvel está comprado, a mudança já foi feita e o pagamento das
prestações segue mês após mês, por tanto tempo que parece nunca acabar. E aí,
se o mutuário ganha um dinheiro extra, surge a pergunta: será que vale a pena
amortizar parte da dívida? E o que é melhor: reduzir o tempo de financiamento
ou o valor da prestação mensal? O ideal é reduzir o prazo para pagamento da
dívida, pois ao final do financiamento, paga-se menos juros. Para ilustrar bem
esta situação, o Morar Bem pediu à Caixa Econômica Federal que fizesse uma
simulação das duas situações. Pegando como exemplo o contrato de uma pessoa que
tem um saldo devedor de R$ 105.107,85, valor a ser pago num prazo restante de 229
meses (ou 19 anos e um mês) e pagou em janeiro uma prestação de R$ 1.227,48,
com juros de 7,9071% ao ano: se ela pagasse, hoje, R$ 30 mil, teria o prazo
reduzido para 114 meses (ou 9 anos e meio, mais da metade do tempo). Já se a
opção fosse reduzir o valor da prestação, esse mutuário pagaria em fevereiro
uma parcela de R$ 876,43. Em ambos os casos, o saldo devedor passaria para R$
75.134,10.
Numa outra situação, se o mutuário fizesse uma amortização
de R$ 50 mil, o prazo cairia para 70 meses (ou 5 anos e 10 meses). Ou a
prestação seria reduzida para R$ 653,37 com um novo saldo devedor de R$
55.162,55. Como o contrato analisado obedece à tabela SAC, a mais comum para os
financiamentos realizados em bancos, o valor da prestação continuaria sofrendo
pequenas reduções mensais até o fim do financiamento.
— Reduzir o tempo é bom, porque ao fim do financiamento, o
mutuário vai pagar menos juros. Mas é preciso que o mutuário analise a sua
situação financeira. Se for uma pessoa que não tenha um salário ou rendimento
mensal fixo e que tenha dificuldades em seu fluxo de caixa e precisa de fôlego,
pode ser melhor reduzir a prestação — analisa Alexandre Espírito Santo,
professor de finanças do Ibmec.
Um detalhe importante: com recursos próprios, o mutuário
pode fazer amortizações extras a qualquer momento. Mas, se a intenção for usar
o FGTS, as amortizações só podem ser feitas a cada dois anos.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/imoveis/financiamento-imobiliario-vale-pena-fazer-amortizacoes-extras-7597550#ixzz2UtQ3ktQl
Pela simulação apresentada, fica evidente que o melhor,
financeiramente e analisando o montante da dívida, seria diminuir o prazo do
financiamento. Contudo, se o orçamento está apertado, o melhor pode ser reduzir
o valor da parcela e manter o mesmo prazo já programado na assinatura do
financiamento.
Agora, falando de planejamento financeiro, devemos ir além
e, para isto, devemos analisar de todas as formas possíveis:
1º passo: O dinheiro que será utilizado é oriundo de suas
economias, por exemplo, poupança? Ou FGTS?
2º passo: Como utilizar esta reserva: apenas para amortizar
o financiamento da casa?
3º passo: Esta ou vai precisar deste capital para suprir
outra necessidade?
4º passo: Pretende trocar de carro neste ano ou no próximo?
A análise financeira vai muito além do simples fato de
escolher (decidir) entre utilizar o dinheiro guardado com tanto suor para
reduzir prazo ou valor da prestação de seu financiamento. Afinal de contas, de
que adianta ganhar dinheiro amortizando o financiamento habitacional e, por
outro lado, perder muito dinheiro ao financiar o carro da família a taxas de juros
em torno de 2,08% ao mês?
Lembre-se: onde temos a menor taxa de juro no mercado
financeiro? Acredito que, no sistema habitacional, que no exemplo acima, a taxa
de juro de 0,63% ao mês, é mais atraente. Cabe salientar que a análise
financeira vai muito além do que foi escrito até aqui. Este foi apenas um
pequeno exemplo do que avaliar antes da tomada de decisão do chefe de família.
Nenhum comentário:
Postar um comentário