Para a grande maioria dos trabalhadores, esta é a
oportunidade de pagar dívidas, comprar presentes, reformar a casa, garantir a
viagem das férias de verão. Porém não se enganem, porque ele pode desaparecer
numa velocidade assustadora. Algum erro nisto? Não, de forma alguma: o que
faltou mesmo foi planejamento.
Por que isso acontece?
Antes de colocar em prática os planos para o uso do
dinheiro, as pessoas caem na armadilha das contas mentais. De acordo com esta
teoria, do economista comportamental Richard Thaler, as pessoas tendem a
atribuir mais destinos ao mesmo montante do que ele é capaz de cobrir. Ou seja,
muitas vezes, imaginamos que a nossa renda é suficiente para muito mais gastos
do que ela realmente comporta.
Por exemplo: um trabalhador deve receber um valor líquido de
R$ 3.200 de 13º salário. Ao se dar conta da quantia, muitas vezes sem perceber,
começa a fazer planos com o dinheiro extra. “Vou ganhar R$ 3.200, então vou
comprar um notebook de R$ 2.000”,
“Com os R$ 3.200, vou pagar meu IPVA de 1.700”.
Inconscientemente, a pessoa não soma as despesas e apenas se
fixa no valor de R$ 3.200, ou seja, no exemplo anterior, o trabalhador já
assumiria o compromisso de pagar R$ 3.700 sem perceber, causando um rombo de R$
500 nas contas.
Os descontos
Outro ponto importante: o trabalhador deve ter ciência de
como este valor é pago, para que possa, enfim, se planejar.
O décimo terceiro é recebido em duas parcelas: a primeira
até o dia 30 de novembro (ou último dia útil do referido mês) e a segunda até o
dia 20 de dezembro.
Na primeira parcela o trabalhador recebe 50% do seu último
salário, sem descontos. Mas, no dia 20, surpresa: na segunda metade vêm
descontados o Imposto de Renda e o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
Portanto, prepare-se!
Passo a passo
Para que você não se perca em seu planejamento, confira
algumas dicas:
1) o ideal é organizar seu orçamento antes do pagamento do
décimo salário – a intenção é mapear receitas e despesas, estabelecendo assim
um cenário bastante claro e realista da sua situação financeira;
2) no caso de dívidas, estabeleça uma ordem de prioridade
para quitação, optando sempre por reduzir o valor devido com taxas de juros
mais elevadas;
3) agora sim, é hora de calcular quanto você tem para
receber. Tendo isso no papel, planeje o uso do dinheiro;
4) na hora de planejar, muito cuidado: embora as festas da
época estimulem o consumo, controle-se! Construa uma reserva de emergência e
pense nas despesas de início de ano, nos gastos extras com matrícula, material
escolar, IPTU E IPVA, por exemplo;
5) caso você não tenha dívidas e seja bastante comedido no
consumo, parabéns! É hora de planejar seus investimentos. Procure diversificar
na alocação dos seus recursos e informe-se muito antes de tomar qualquer
decisão.
Lembre-se: planejamento faz toda a diferença!